1º Curso em Mutirão no sítio Pátriaterra

Curso Patriaterra

A Oficina da Sustentabilidade lançou no Pátriaterra a série de cursos em mutirão Sustentável. No curso os participantes aprenderam a construir a bacia, colocando a mão na massa, e a calcular as dimensões adequadas para cada situação e todo o funcionamento do sistema inclusive como fazer a sua manutenção.

Foi necessário um dia para preencher todas as camadas e no dia seguinte o plantio na sua superfície com uma adequada distribuição. As refeições e o bem estar dos participantes foi garantido por Isabela Menezes que coordenou sua equipe e proporcionou mais ânimo para continuar o trabalho e boa energia.

Ao mesmo tempo que acontecia o curso, os parceiros da Carbono Florestal aproveitaram a energia para iniciar o plantio de mudas nativas ao longo de um dos córregos do sítio.

As mudas foram selecionadas cuidadosamente e distribuídas de acordo com suas funções ecológicas, entre as espécies plantadas temos, Uvaia, Guapuruvu, Paineira Rosa, Cedro Rosa, Ingá Feijão e Palmito Juçara.

No segundo dia, o pessoal do Curso de BET após a finalização da bacia, ajudou a plantar as mudas e tutorá-las. A chuva dificultou um pouco o trabalho, mas a força de vontade da equipe garantiu que o trabalho fosse finalizado.

Os participantes ainda tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho do Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais (IPESA) na região que representado pela Luciana apresentou vídeos e cartilhas desenvolvidas para o projeto Manejo da Água- Rio Limpo e Comunidade Integrada que tem como objetivo disseminar alternativas de manejo apropriado da água na Zona Rural através de um programa de educação ambiental. Para mais informações sobre o projeto, consulte manejoagua.blogspot.com.br .

Assim após dois dias gratificantes, a Pátriaterra que já é linda pela sua natureza está mais linda e repleta de boa energia de gente interessada e pronta para ação.
Localizado na Estância Turística de Ibiúna que faz parte do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tiête, o sítio Pátriaterra está dentro das Zonas de Conservação da Biodiversidade e Conservação dos Recursos Hídricos da APA (Área de Proteção Ambiental) Itupararanga.

Nas proximidades do sítio e dentro da região da APA existem duas Represas que abastecem a região: Itupararanga e Cachoeira França.

Por isso, um dos principais interesses e objetivos da região é a proteção de seus mananciais e sua biodiversidade. E para garantir a concretização deste objetivo há diversos programas tanto de iniciativa pública, quanto privada que trabalham na proteção direta e na promoção de práticas sustentáveis no uso e ocupação do solo e da água.

A Pátriaterra pretende ser mais um espaço difusor de conhecimentos e práticas sustentáveis para a região e além dela. E o primeiro passo foi dado neste final de semana, com o primeiro curso em mutirão, de construção de uma Bacia de Evapotranspiração, ministrado pelo permacultor Marcos Ninguém.

A tecnologia da Bacia de Evapotranspiração foi criada para solucionar um problema ainda pertinente na nossa sociedade, os dejetos orgânicos ou esgoto. Em muitas cidades brasileiras, principalmente na região rural, ainda é comum o lançamento dos efluentes nas fossas negras, ou direto nos rios e córregos.

A fossa negra não é um sistema fechado, apesar de parecer, pois não é vedado e a água com os dejetos (água negra) penetra pelo solo atingindo os lençóis freáticos e consecutivamente os corpos hídricos.

Ao contrário da fossa negra, a Bacia de Evapotranspiração (BET) ou “fossa de bananeiras” é um sistema fechado que trata a água negra de maneira que não gere nenhum efluente e contaminação dos corpos hídricos.

A água saí do processo através da evaporação voltando a entrar no ciclo natural da água e os dejetos são decompostos por bactéria anaeróbias em um processo de fermentação.

Esta decomposição ocorre dentro de uma câmara de pneus, isolada por uma camada de entulho. As outras camadas que cobrem esse entulho e a câmara são de brita, areia fina, areia grossa e substrato.

A água ao entrar no sistema só irá sair em forma de vapor, pois com a elevação da temperatura no processo de fermentação esta água evapora e sobe passando pelas camadas seguintes como se passasse por um filtro.

A última camada possuí plantas que absorverão a água pelas raízes e devolverão ao ambiente através da transpiração, por isso o nome dado ao sistema é Evapotranspiração.