Matéria Revista Época

Mulheres que defendem o meio ambiente

17:27, 8/03/2012

REDAÇÃO ÉPOCA

 GERAL TAGS: 

Nesta quinta-feira, 8 de março, comemoramos a história de lutas das mulheres pela igualdade de direitos e uma vida digna. Mas queremos aproveitar a data para lembrar que muitas mulheres também estão presentes em uma outra luta: a defesa do meio ambiente.

Selecionamos algumas mulheres que fazem a diferença quando o assunto é meio ambiente. São mulheres que trabalham com projetos incríveis, como Monica Picavêa (na foto acima), que levou sustentabilidade a favelas, mulheres que compartilharam um Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho no IPCC, como Thelma Krug e Suzana Kahn Ribeiro, entre outras.

Claro que, quando fazemos uma lista, cometemos muitas injustiças – quantas mulheres não estão representadas aqui! Se você acha que faltou homenagear alguém, deixe seu comentário abaixo.

Maria Tereza Jorge Pádua

A engenheira agrônoma Maria Tereza Pádua é um dos nomes mais importantes quando se fala de meio ambiente no Brasil. Ela fundou a ONG Funatura, uma das primeiras ONGs ambientais do país, ainda no período de transição da ditadura para a democracia no Brasil. Atuou no IBDF, o instituto que cuidava da política ambiental antes da criação do Ministério do Meio Ambiente, e foi presidente do Ibama. Sob sua gestão, o Brasil criou um grande número de Unidades de Conservação. Atualmente, faz parte do Conselho da Fundação Boticário de Proteção à Natureza e da comissão mundial de Parques Nacionais da UICN. E, além de tudo isso, Maria Tereza ainda é uma flor: a orquídea Laelia purpurata Maria Tereza foi batizada em sua homenagem.

“Em geral, nos países mais desenvolvidos, onde se tem mais educação, cumprem-se mais as normas ambientais”
Maria Tereza Pádua, em declaração à reportagem de ÉPOCA.

Marina Silva

De origem humilde, Marina só se alfabetizou aos 16 anos. Começou sua trajetória de defesa do meio ambiente ainda no Acre, ao lado de Chico Mendes, lutando pela defesa do desenvolvimento sustentável quando poucos sabiam o que isso significava. Em sua carreira política, foi vereadora, deputada federal, senadora e ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, e colocou o tema ambiental em discussão nacional quando concorreu a presidência da República, em 2010. Marina também é reconhecida no exterior – em 2008, foi considerada pela jornal britâncio The Guardian como uma das 50 pessoas que poderiam salvar o mundo.

Eliane Brum: Por que vale a pena ouvir Marina Silva

Suzana Kahn Ribeiro

Até 2007, o Brasil tinha uma atuação dúbia nas instâncias internacionais sobre mudanças climáticas, e se recusava a ter meta de redução de emissões. Isso mudou, e hoje o país tem papel de destaque nas negociações por um acordo climático. A grande responsável por colocar o Brasil nessa trilha é Suzana Kahn Ribeiro. Ela trabalhou à frente da Secretaria de Mudanças Climáticas, no ministério do Meio Ambiente, e conseguiu negociar com outros setores do governo a criação de um plano de metas voluntárias de redução das emissões brasileiras até 2020. Em 2010, Suzana foi eleita por ÉPOCA como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil, mas o principal prêmio veio em 2007: ela é uma das brasileiras que integra o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão que ganhou o Nobel da Paz.

“Se o Brasil, hoje, é um dos líderes mundiais nas questões climáticas, essa posição tem muito a ver com o trabalho de Suzana”
Carlos Nobre, em declaração a ÉPOCA.

Monica Picavêa

A paranaense Monica Picavêa foi buscar melhorar o meio ambiente em um lugar que poucas pessoas se preocupam: não só no meio urbano, mas em um dos bairros mais pobres de São Paulo. Mônica implementou o projeto Transition Towns (ou Cidades em Transição), criado pelo inglês Rob Hopkins, na Brasilândia. O Transitions Towns está presente em mais de 30 países, mais em nenhum foi implementado em um bairro pobre. O objetivo do projeto é transformar ambientes urbanos em cidades sustentáveis. Os resultados são positivos: os terrenos baldios de antes agora abrigam hortas comunitárias, as nascentes de rios estão sendo revitalizadas, e as mulheres se organizam em cooperativas de costura e confeitaria para gerar renda.

Saiba mais: A ecologia chegou à favela

Thelma Krug

Outra mulher brasileira que faz parte do IPCC, e que também foi premiada pelo Nobel da Paz em 2007, Thelma Krug merece destaque pelo seu trabalho sobre mudanças climáticas. Thelma trabalhou no Inpe, instituto que é referência em monitoramento do desmatamento da Amazônia por satélite e, no Ministério do Meio Ambiente, foi secretaria de Mudança do Clima e Qualidade Ambiental, onde criou as diretrizes brasileiras que iriam resultar no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

“Thelma Krug elevou a um novo patamar sua participação nos debates internacional e nacional sobre mudança do clima”
Luiz Gylvan Meira Filho, em declaração a ÉPOCA.

Márcia Hirota

A Mata Atlântica é um dos biomas mais destruídos do Brasil, e hoje só resta pouco mais de 10% desse bioma. Mas se essa pequena parcela de floresta ainda existe, isso se deve ao trabalho da Fundação SOS Mata Atlântica, e sua coordenadora, Marcia Hirota. Marcia é diretora da SOS Mata Atlântica, uma das mais respeitadas ONGs na área. Seu trabalho nos alerta para o perigo de se perder o pouco que resta desse bioma. Além disso, ela também coordena o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, em parceria com o Inpe. Um trabalho fundamental, que mostra o quanto o bioma já foi desmatado, mapeia as áreas de florestas remanescentes, e é base para qualquer política de preservação no bioma.

Saiba mais: É possível evitar?

Esquecemos alguém?

Sim, sabemos que faltam muitos nomes importantes, de mulheres como Bia Hetzel, fotógrafa e ambientalista que transformou suas fotos de baleias e golfinhos em livros infantis; ou Vânia Moreira, com um trabalho inovador de preservação nas áreas de faxinais, no Paraná; além de Malu Nunes, da Fundação Boticário, Brenda Brito, do Imazon, e tantas outras! Essa lista nem de longe esgota todos os nomes de mulheres que defendem o meio ambiente. Se você acha que faltou homenagear alguém nessa lista, deixe seu comentário abaixo.

PS: Ainda dá tempo de lembrar mais nomes de mulheres importantes na luta pelo meio ambiente? Maria Ciça Wey de Brito, do WWF-Brasil, Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, Monica Fonseca, da Conservação Internacional, Suzana Padua, do Instituto IPÊ, Leandra Gonçalves, do Greenpeace,Miriam Prochnow da Apremavi, Dorinha Melo, da Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste, e tantas mais!

(Bruno Calixto

http://colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/2012/03/08/mulheres-que-defendem-o-meio-ambiente/

Women who defend the environment

17:27, 03.08.2012

WRITING TIME
GENERAL TAGS: WOMEN

 

In this Thursday, March 8th, we celebrate the history of women’s struggles for equal rights and a dignified life. But we want to take the time to remember that many women are also present in another fight: the defense of the environment.

We have selected some women who make a difference when it comes to the environment. Are women who work with amazing projects, like Monica Picavêa (pictured above), which led sustainability slums, women who shared a Nobel Peace Prize for his work on IPCC as Thelma Krug and Suzana Kahn Ribeiro, among others.

Of course, when we make a list, committed many injustices – how many women are not represented here! If you think we missed honor someone, leave your comments below.

Maria Tereza Jorge Padua

The agronomist Maria Tereza Padua is one of the biggest names when it comes to the environment in Brazil. She founded the NGO Funatura, one of the first environmental NGO in the country, even in the period of transition from dictatorship to democracy in Brazil. Served in IBDF, the institute who cared environmental policy before the creation of the Ministry of Environment, and was president of IBAMA. Under his management, Brazil has created a large number of protected areas. Currently serves on the Board of the Foundation Apothecary Nature Protection and National Parks World Commission of IUCN. And besides all this, Maria Tereza is still a flower: the orchid Laelia purpurata Maria Tereza was named in his honor.

“In general, in most developed countries, where they have more education, are fulfilled more environmental standards”
Maria Tereza Padua, in a statement to the entry of TIME.

Marina Silva

From humble beginnings, Marina only became literate at 16. He began his career in environmental protection still in Acre, alongside Chico Mendes, fighting for the defense of sustainable development when few knew what it meant. In his political career, was councilor, federal deputy, senator and Minister of the Environment between 2003 and 2008, and placed the environmental issue in the national discussion when he ran the presidency in 2010. Marina is also recognized abroad – in 2008, was considered by britâncio newspaper The Guardian as one of 50 people who could save the world.

Eliane Brum: For what it’s worth listening to Marina Silva

Suzana Kahn Ribeiro

By 2007, Brazil had a dubious role in international fora on climate change, and refused to be target of reducing emissions. That changed, and today the country has an important role in the negotiations for a climate agreement. The largely responsible for putting Brazil in this track is Suzana Kahn Ribeiro. She worked at the head of the Department of Climate Change, the Environment Ministry, and was able to negotiate with other government sectors to create a plan of voluntary targets for reducing emissions Brazilian 2020. In 2010, Susan was named by TIME as one of the 100 most influential people of Brazil, but the main prize came in 2007: it is one of the Brazilian part of the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), the body which won the Nobel Peace Prize .

“If Brazil today is a world leader on climate issues, this position has a lot to do with the work of Suzana”
Carlos Nobre, in a statement to TIME.

Monica Picavêa

The Paraná Picavêa Monica was seeking to improve the environment in a place that few people care about: not only in urban areas, but in one of the poorest neighborhoods of São Paulo. Monica implemented the project Transition Towns (or Transition Towns), created by Englishman Rob Hopkins in Brasilândia. The Transitions Towns is present in over 30 countries, in no more was implemented in a poor neighborhood. The project’s goal is to transform cities into sustainable urban environments. The results are positive: the wastelands before now home to community gardens, the river sources are being revitalized, and women organize themselves into cooperatives sewing and confectionery to generate income.

Learn more: The ecology came to the favela

Thelma Krug

Another Brazilian woman who is part of the IPCC, and was also awarded the Nobel Peace Prize in 2007, Thelma Krug deserves for his work on climate change. Thelma worked at INPE, an institute that is a benchmark in monitoring deforestation in the Amazon by satellite, and the Ministry of Environment, was Secretary of Climate Change and Environmental Quality, where he created the Brazilian guidelines that would result in the National Plan on Climate Change.

“Thelma Krug raised to a new level participation in national and international debates on climate change”
Gylvan Luiz Meira Filho, in the statement SEASON.

Marcia Hirota

The Atlantic Forest is one of the most destroyed biomes of Brazil, and today there is only just over 10% of this biome. But if this small patch of forest still exists, this is due to the work of SOS Mata Atlântica Foundation and its coordinator, Marcia Hirota. Marcia is the director of SOS Atlantic Forest, one of the most respected NGOs in the area. His work alerts us to the danger of losing what little remains of this biome. Besides, she also coordinates the Remaining Atlas Atlantic Forest, in partnership with the INPE. A fundamental work, which shows how the biome has already been deforested, maps the remaining forest areas, and is the basis for any policy of preserving the biome.

Learn more: Can I avoid?

Forget someone?

Yes, we know that lack many important names of women as Bia Hetzel, photographer and environmentalist who became your photos of whales and dolphins in children’s books, or Vania Moreira, a groundbreaking work in the areas of preservation faxinais, Paraná, besides Malu Nunes, Foundation Apothecary, Brenda Brito, Imazon, and many others! This list far from exhausts all the names of women who defend the environment. If you think we missed honor someone on this list, leave your comments below.

PS: Still time to remember more names of important women in the struggle for the environment? Maria Ciça Wey de Brito, WWF-Brazil, Adriana Ramos, the Socio-Environmental Institute, Monica Fonseca, Conservation International, Suzana Padua, Institute IPÊ Leandra Goncalves of Greenpeace, Miriam Prochnow of Apremavi, Dorothy Melo, the Association for Protection the Northeast Atlantic, and many more!

(Bruno Calixto

http://colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/2012/03/08/mulheres-que-defendem-o-meio-ambiente/