Oficina da Sustentabilidade no site: Pequenas Empresas Grandes Negocios

EMPREENDEDORA CONECTA GRANDES EMPRESAS A COMUNIDADES CARENTES

A Oficina da Sustentabilidade fatura R$ 2,9 milhões auxiliando outros negócios a realizar projetos sociais em regiões pobres

Uma das atividades da Oficina da Sustentabilidade é a brincadeira com latinhas musicais para as crianças (Foto: Divulgação)

No Brasil, poucos negócios constroem uma relação com as comunidades que os circundam. Com o objetivo de facilitar esse contato, surgiu, em 2011, a Oficina da Sustentabilidade: um negócio social cuja missão é fazer com que as empresas realizem atividades e projetos com os moradores ao entorno.

A empreendedora por trás da criação da Oficina da Sustentabilidade é Monica Picavêa, 42 anos. Nascida no Paraná, Monica atuou no departamento de marketing de algumas empresas, sempre conciliando a atividade a uma de suas paixões: os projetos sociais. “Um dos meus focos sempre foi desenvolver as vocações  de moradores de comunidades carentes”, afirma.

Ela se dividiu entre o trabalho e o voluntariado até 2010. Na época, ela trabalhava em uma empresa de urbanismo até que teve filhas gêmeas. Ao virar mãe, decidiu se dedicar a sua paixão.  “Resolvi me dedicar aos trabalhos sociais, que era o que realmente gostava de fazer”, afirma.

Pouco tempo depois, Monica e sua mãe, Maria das Graças Picavêa, 67, abriram a Oficina da Sustentabilidade. No total, investiram cerca de R$ 10 mil na abertura da empresa. Em duas semanas, conquistaram o primeiro cliente. Hoje, atende a 7 empresas, sendo  uma delas a Unilever, e atua predominantemente na região Sudeste do país. De agosto de 2015 a julho de 2016, a empresa faturou R$ 2,9 milhões.

Entre as atividades propostas pela Oficina da Sustentabilidade, destacam-se treinamentos em que os moradores plantam os próprios alimentos e recebem capacitação para trabalhar e empreender em comércios locais. “Ao aumentar a autonomia desses moradores, vemos um ambiente mais generoso e resiliente, tanto dentro da comunidade quanto dentro da empresa, com os funcionários”, diz.

Carolina Araujo, Tamires Ribeiro e Monica Picavêa em ação na Brasilândia, Zona norte de São Paulo, em 2013 (Foto: Divulgação)

O trabalho com as comunidades é realizado por funcionários da Oficina da Sustentabilidade e da empresa parceira.

Parte das mudanças que a empreendedora enxerga nesse trabalho é que, depois do processo de educação, que dura de 18 a 24 meses, em média, a empresa não precisa mais de treinamento. Ela passa a se engajar sozinha na boa relação com a comunidade local. “Nosso trabalho não é assistencialismo, é uma educação que fortalece o senso coletivo e o compartilhamento para melhorar o ambiente de social e empresarial”, afirma Monica.

Pelo reconhecimento de seu trabalho, a empresa recebeu este ano o The Best for the World Award 2016, um prêmio que reconhece projetos de impacto social ao redor do mundo. “Esse reconhecimento é a prova de que essa mentalidade colaborativa está ganhando força”, diz Monica. Ela também foi escolhida para um programa da Rockfeller Foundation, que seleciona 21 lideranças mundiais com impacto social nos locais em que vivem.